É assim que estão nomeando essa tragédia!
Não posso negar que depois do que aconteceu naquela escola em Realengo tenho ficado preocupada ao ir para o trabalho.
A que ponto chegamos?
Há uns anos atrás ficávamos assustados ao ver reportagens de casos assim que estavam acontecendo nas escolas dos Estados Unidos, sentíamos pelo fato, mas mal podíamos imaginar que hoje estaríamos sentindo na pele.
Será que estamos chegando a era de ter que colocar detector de metais nas escolas, se for esse o caso, não adianta só o aparelho, é preciso ter um policial treinado para revistar, pois se o indivíduo estiver mesmo armado, seremos nós, professores, que vamos fazê-lo jogar a arma no chão?
Assim como ele deu a desculpa de ter que entrar na escola para dar uma palestra e o porteiro sem ter informação nenhuma do assunto abriu o portão (isso foi o que eu vi nos telejornais), qualquer um pode dar a desculpa de pegar um documento na secretaria da escola que o portão será aberto, ou todas as escolas de nosso imenso Brasil possuem as secretarias com acesso independente? ( pelo menos uma das escolas em que eu trabalho, sim)
Vi numa reportagem e não acreditei, que uma solução cabível é que os professores comecem a tentar identificar certos padrões de futuros psicopatas para poder encaminhá-los para um acompanhamento específico. Agora, além de sermos psicólogos, pais, mães, terapeutas, e nas horas vagas professores de nossos alunos, teremos também que começar a prever o futuro de cada aluno que passar por nossas aulas.
Não é mais fácil a família começar a resgatar os valores que esses alunos não estão mais trazendo de casa?E que nós ainda temos que ensiná-los?
Quantas vezes os professores não escutaram seus alunos falarem que revidaram um soco ou um xingamento porque seus pais mandaram que revidassem?
Quantas vezes não presenciamos alunos sofrerem bullying e aqueles que o fizeram, quando foram advertidos por nós, respondem apenas " é uma brincadeira"?
Que brincadeira é essa que só serve para denegrir a imagem de um ser humano, fazê-lo chorar, se sentir humilhado?
Permitir a perda desses valores e sempre responsabilizar a escola é aceitar essas manifestações explícitas de preconceito!
Afinal, escola e família não devem trabalhar juntas para o crescimento e desenvolvimento de cada criança?
Quantas vezes em minha infância, fui excluída de "panelinhas" na escola particular em que eu estudei, pois eu não tinha as mesmas condições financeiras para comprar:
* calças de marca toda semana;
* todas as barbies que eram lançadas;
* andar de maquiagem e com o cabelo escovado;
* usar uma mochila de marca.
E nem por isso eu me turbei, pelo contrário, sempre valorizei o que minha família podia me oferecer, que sempre foi o pilar de tudo em minha vida como: educação, respeito, carinho, amor, responsabilidade, dignidade, caráter...
Como eu via pais se matando e ficando endividados, com o nome sujo na praça para dar tudo do mais caro para seus filhos que não podiam ficar fora da "panelinha".
Que valores são esses?
O que uma criança vai ganhar da vida quando crescer, se achar que sempre tem que ter o mais caro e que nunca poderá receber um NÃO ?
SERÁ QUE TUDO TEM QUE FICAR A CARGO DO PROFESSOR?
SE TIVERMOS MESMO QUE TER QUE CUMPRIR TODAS ESSAS OBRIGAÇÕES QUE NÃO SOMOS NEM FORMADOS PARA EXERCER, QUANDO É QUE TEREMOS TEMPO PARA FAZER O QUE REALMENTE FICAMOS 4, 5, 6 ANOS ESTUDANDO NAS FACULDADES,CURSOS DE PÓS, DOUTORADO E MESTRADO?
Quem puder responder e me ajudar a saber o que devo realmente fazer como educadora, ficarei grata, pois sinceramente, em meio a tantos papéis estou confusa.
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